sábado, 8 de dezembro de 2012

Empreiteiras são maiores doadoras de 2012



PAULO GAMA
DE SÃO PAULO

 
Os números finais divulgados pela Justiça Eleitoral mostram que as construtoras encabeçaram a lista de maiores doadores das eleições deste ano. Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa foram os quatro maiores financiadores privados da disputa. Juntas, investiram R$ 197,2 milhões.
O quinto maior financiador é o braço da Vale na produção de fertilizantes, que doou outros R$ 29 milhões.
Essas empresas optaram majoritariamente por uma modalidade de doação que impede a identificação do candidato beneficiado --as chamadas doações ocultas.
Dos R$ 226,2 milhões investidos por elas, R$ 220,6 milhões --97% do total-- foram repassados às direções partidárias ou aos comitês financeiros das siglas. Os recursos são transferidos posteriormente pelos partidos aos candidatos, eliminando o vínculo entre as empresas e os beneficiados pelas doações.
Três deles doaram apenas via partidos. A Andrade Gutierrez, maior financiadora da disputa, investiu R$ 77 milhões --100% direcionado às direções partidárias. Além dela, a Vale e a Queiroz Galvão optaram exclusivamente por essa modalidade.
O PT foi o partido que mais se beneficiou delas. Recebeu R$ 63,6 milhões das cinco empresas. O PMDB foi o segundo, com R$ 49,1 milhões, e o PSDB, o terceiro, com R$ 34,9 milhões. Os três foram os partidos que mais elegeram prefeitos e vereadores em 2012.
Questionados pela Folha, os financiadores não explicaram por que optaram pela doação oculta nem disseram se influenciaram a decisão sobre o candidato beneficiado.
O percentual oculto é maior que o de 2010, quando os cinco maiores financiadores haviam repassado 74,5% de suas doações aos partidos ou comitês. Estão na lista de maiores doadores das duas eleições a OAS, a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez.
No total, partidos e candidatos declararam ter arrecadado R$ 4,8 bilhões. Desconsiderando os recursos declarados duas vezes --recebidos pelos partidos e repassado aos candidatos--, a eleição movimentou R$ 3,7 bilhões.

FINANCIAMENTO PÚBLICO
Cerca de 5% desse total foi financiado com recursos públicos, por meio do Fundo Partidário --uma reserva mantida pela União distribuída entre as legendas, proporcionalmente a seu tamanho no Congresso. Os partidos declararam ter usado R$ 179,7 milhões do fundo para pagar despesas das campanhas.
Quem mais se serviu de verbas públicas foi o PP, que gastou R$ 20,7 milhões. Na sequência vêm PSDB, com R$ 19,9 milhões, e PMDB e PSB, R$ 18,8 milhões cada um.
Individualmente, quem mais recebeu foi ACM Neto, eleito pelo DEM para a Prefeitura de Salvador.
OUTRO LADO
Questionadas pela Folha, as cinco empresas não disseram por que optaram pelas doações que omitem o vínculo com o beneficiado. A Andrade Gutierrez e a OAS disseram que a doação via partido é prevista pela Lei Eleitoral. A Queiroz Galvão e a Vale Fertilizantes não responderam. A Camargo Corrêa não quis se manifestar.
Colaborou MARCELO SOARES, de São Paulo
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

domingo, 2 de dezembro de 2012

O voto secreto foi institucionalizado por Getúlio Vargas, em 1932


Voto secreto



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



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O voto secreto é o direito que a pessoa tem de votar, em eleições, em segredo, sem que outras pessoas saibam em quem o eleitor votou a menos que ela conte. É uma forma de evietar pressão sobre os eleitores, e também evitar a coação.
No Brasil, o voto secreto foi implantado, pela primeira vez, no pleito de 1925 do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade que representa até hoje os estudantes da Faculdade de Direito da USP. Posteriormente, houve uma experiência, em Minas Gerais, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, em 1929, em uma votação suplementar para vereador. E foi institucionalizado, em 1932, pelo primeiro Código Eleitoral do Brasil.
O voto secreto tem um valor essencial para garantir que o voto expresse realmente a vontade do eleitor.
A votação secreta, também tem o objetivo de proibir a compra de votos, garantindo democracia total.
À frente da urna, há uma cabine, que leva o brasão da República Federativa Do Brasil, é ela que dá a certeza ao eleitor que seu voto é realmente secreto.
Quando o voto era aberto, o voto de seu curral eleitoral, eram controlados pelos coronéis. Ninguém votava em candidato diferente do coronél, pois, com certeza, sofreria algum tipo de represália. Isso ficou conhecido como Voto de cabresto.as

quarta-feira, 27 de junho de 2012



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quarta-feira, 20 de junho de 2012



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segunda-feira, 18 de junho de 2012


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domingo, 17 de junho de 2012


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quinta-feira, 14 de junho de 2012


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segunda-feira, 11 de junho de 2012


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quarta-feira, 16 de maio de 2012


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sexta-feira, 6 de abril de 2012


Dilma era o alvo de Demóstenes e Cachoeira (Andrei Meireles e Murilo Ramos - ÉPOCA - Via Blog do Noblat)

                                                 Foto: Do Arquivo do Blog  


A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto


COMENTÁRIO DO BLOG:

Terrível constatação: O mandato, supostamente do futuro ex-senador Demóstenes Torres, não pertence a ele e muito menos ao povo goiano.

O senador, um autêntico fantoche, no Senado era verdadeiramente representante do contraventor Carlinhos Cachoeira e dos demais empresários que investiram em sua campanha eleitoral, sob o título eufemístico de "doação", mas que pode ser traduzido por investimento.

E quem investe planeja retorno.

E o pior: 

A volta é quase sempre através do dinheiro público. É o povo, afinal, quem paga o "pato!.

Porque, então, não rasgar essa máscara de que o financiamento publico de campanha onerará os cofres  do país, quando, na verdade, é o dinheiro desviado da saúde, da educação, da segurança, etc., etc, através de deslavada e impune corrupção que já adquire caráter sistêmico, que financia as campanhas políticas, exceto quando o candidato usa dinheiro do seu próprio bolso, como é o caso da maioria dos integrantes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados (só um exemplo) que abriga cerca de 213 pseudo representantes do povo, pois verdadeiramente, representam a si mesmos ou no máximo, seus similares, porque seus mandatos são comprados com recursos próprios ou de outros empresários rurais, cujo objetivo primordial é a defesa de interesses corporativistas e não os dos trabalhadores do campo.

Conclui-se que são poucos os representantes do povo, no Congresso.. 

E quem, pois, são  os verdadeiros representantes da população brasileira?

Acredito que seriam aqueles que, antes da eleições não barganharam, não empenharam, não "venderam" seus mandatos, através do recebimento prévio de "doação" privada (a palavra é perfeitamente adequada) para sua campanha eleitoral.

O leitor tem notícias de que o Deputado Tiririca, o campeão de votos no país,  "vendeu" o mandato dele, antes das eleições, a troco de "doações" de campanha?

Certamente, existem mais alguém que o povo elegeu sem ser influenciado pelo poder econômico. Mas, acho que dá para contar nos dedos.   

O subtítulo desta matéria é emblemático:
"A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto"
,
Infelizmente, o Parlamento brasileiro, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais estão repletas de "demostenes" e de representantes inautênticos. Isto já não é, apenas, trapalhadas do DEM, pois até parece "coisa do demo".

Também, não faltam outros "carlinhos cachoeiras", entre os financiadores (este é o termo mais adequado) de campanha política. 

E, sem dúvida, esta situação calamitosa vai perdurar enquanto não for instituído o funcionamento público de campanha eleitoral que é de difícil aprovação porque contraria os interesses dos "demóstenes" e "carlinhos cachoeiras".  (Edson Nogueira Paim escreveu)


Eis o teor da matéria supra referida: 
    
Como qualquer empresa, as organizações criminosas têm seus planos de sobrevivência e expansão. O grupo do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, inovou em muita coisa, mas não nesse aspecto. Cachoeira tinha negócios escusos e planos de novos empreendimentos em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins, onde contava com a ajuda de políticos e agentes públicos, de acordo com as investigações da Polícia Federal.
Mas Cachoeira queria mais. Conversas telefônicas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, agora sem partido), gravadas com autorização judicial e obtidas com exclusividade por ÉPOCA (ouça os áudios ao fim desta reportagem), mostram que os dois planejavam se aproximar de alguma forma do Palácio do Planalto.
Numa das ligações captadas, Cachoeira orienta Demóstenes a aproveitar um convite para trocar o DEM pelo PMDB, com o propósito de se juntar à base de apoio do governo e se aproximar da presidente, Dilma Rousseff. “E fica bom demais se você for pro PMDB... Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?”, pergunta Cachoeira. Demóstenes responde: “Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar”.
Cachoeira se empolga: “Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá”. Como se fosse um bom subordinado, Demóstenes acata a recomendação.
Quando esse diálogo ocorreu, no final de abril de 2011, Demóstenes estava em plena negociação com caciques do PMDB, como os senadores Renan Calheiros e José Sarney, para mudar de legenda.
Um dos maiores opositores do governo – e carrasco de petistas acusados de corrupção – tencionava aderir ao governo do PT. Segundo dirigentes do PMDB, àquela altura a mudança de partido já tinha o aval do Palácio do Planalto.
Tudo nos bastidores, porque em público Demóstenes continuava oposicionista. As gravações mostram agora que um dos objetivos da radical troca de lado era estar mais bem situado para ajudar o esquema de Cachoeira.

domingo, 1 de abril de 2012


Depois de ser flagrado em transação de R$ 175 mil com Cachoeira, Stepan pede licença do PPS (Josias de Souza)

O deputado federal Stepan Nercessian (RJ) pediu “licença” do seu partido, o PPS, neste sábado (31). Além de afastar-se temporariamente do partido, vai se desligar da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
As providências foram adotadas depois da revelação de que o deputado foi pilhado nos grampos da Operação Monte Carlos numa transação monetária com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Stepan recebeu do opeador de jogos ilegais, no ano passado, R$ 175 mil. Recebeu do operador de jogos ilegais R$ 175 mil. Incomodada, a direção do PPS cobrou explicações do filiado ilustre.
O deputado, então, enviou uma carta ao presidente do PPS, Roberto Freire. “Tendo o meu nome aparecido nas gravações que investigam a relação do sr. Carlos Ramos, Carlinhos Cachoeira, com parlamentares do Senado e da Câmara, solicito licença temporária do PPS.”
Licenciou-se também “de todos os cargos e funções” que ocupa na legenda, “até que todos os fatos sejam apurados e esclarecidos.” De resto, anotou: “Solicito também que o PPS, me substitua na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado […], tendo em vista que essa comissão participará das investigações que envolvem o caso Carlinhos Cachoeira.”
Goiano como Cachoeira, Stepan alega que mantém com o contraventor uma amizade que “dura mais de 15 anos”. Sustenta que o dinheiro que recebeu foi um “empréstimo”.
Nessa versão, o deputado decidira comprar um apartamento. Solicitara empréstimo num banco. Antes que o dinheiro saísse, recorreu ao “amigo”. Afirma que não chegou a usar o dinheiro de Cachoeira. Concretizada a transação bancária, devolveu a cifra.
Restituiu, porém, apenas parte da verba: R$ 160 mil, em vez dos R$ 175 mil. Afirma que os R$ 15 mil restantes foram usados para comprar ingressos do Carnaval carioca encomendados por Cachoeira. Colocou-se à disposição da Comissão de Ética do PPS
.

sábado, 31 de março de 2012

Demóstenes pediu ajuda de Cachoeira para que ‘amigo’ vencesse, no MT, licitação ligada à Copa (Josias de Souza)


Dia: 11 de abril de 2011. Hora: 16h33. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) toca o telefone para o contraventor Carlinhos Cachoeira. Plugado no aparelho do mercador de jogos ilegais, o aparelho de escuta da Polícia Federal foi acionado. O grampo captou um diálogo revelador.
Trazida à luz pelos repórteres Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Andrei Meirelles, aconversa revelou que Demóstenes não se limitou a colocar seu mandato a serviço de Cachoeira. O tráfico de influência transitava por uma via de mão dupla. Dessa vez, era o senador quem pedia socorro ao contraventor.
Conforme a transcrição levada pela Polícia Federal ao inquérito da Operação Monte Carlo (documento acima), Demóstenes sondou Cachoeira sobre sua capacidade de ajeitar um negócio milionário no Estado do Mato Grosso. Envolvia a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa do Mundo de 2014.
Demóstenes disse a Cachoeira que uma “agência de publicidade” pertencente a “amigo nosso” estava interessada no “negócio bacana”. Perguntou: “Cê acha que consegue?” E Cachoeira: “Uai, pode ser… Vou olhar isso agora. Se for interesse seu…” Mais adiante: “Não, eu acho que eu consigo.”
Decorridos quatro minutos, a dupla trava novo diálogo telefônico. Demóstenes informa que vai à casa de Cachoeira. Queria conversar pessoalmente sobre a transação. Investigação da PF descobriria o porquê de tanto interesse. Estava em jogo uma licitação dividida em dois lotes –R$ 13 milhões cada um.
Mais tarde, noutro telefonema, Cachoeira tratou do mesmo assunto com Cláudio Abreu. Vem a ser o representante da empresa Delta Construções na região Centro-Oeste. “Pega uma [um dos lotes da licitação matogrossense] pra nós”, diz o bicheiro ao interlocutor.
Essa nova troca de ligações adiciona sujeira ao monturo que soterrou a reputação de Demóstenes. Conforme já noticiado, o senador servia-se do prestígio que amealhara para prestar serviços a Cachoeira no Judiciário, no Congresso e em escaninhos públicos como a Infraero, estatal que gere os aeroportos.
Demóstenes revelou-se um ex-Demóstenes também na Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ali, o senador interveio para favorecer a Vitapan Indústria Farmacêutica, um laboratório pertencete a Carlinhos Cachoeira.
Sob holofotes, Demóstenes cobrava no Senado rigor da Anvisa na concessão de licenças de medicamentos. À sombra, revelam documentos internos da agência, pressionava a repartição para apressar a liberação de medicamentos da Vitapan de Cachoeira.
Foi o que sucedeu, por exemplo, com um processo de registro de um genérico do Algy-Flanderil, anti-inflamatório usado em tratamentos contra o indicado para o reumatismo. O laboratório de Cachoeira protocolou o pedido na Anvisa em maio de 2009. Depois, delegou o acompanhamento ao gabinete de Demóstenes.
Diante de resistências da Anvisa, o senador envolveu-se pessoalmente no caso. Pediu audiência ao presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. O encontro foi marcado para 22 de fevereiro de 2011. Barbano cuidou de explicitar em sua agenda, exposta no site da Anvisa, o propósito da conversa: “Processos da empresa Vitapan”.
Demóstenes não gostou da exposição. Absteve-se de comparecer ao encontro que solicitara. Dali a sete meses, em setembro de 2011, o senador pediu nova audiência ao mandachuva da Anvisa. Dessa vez, alegou que desejava tratar de outro assunto: um “protocolo de câncer da próstata”. Foi esse o tema explicitado na agenda.
Dessa vez, Demóstentes foi à sede da Anvisa. Estava acompanhado de Silvia Salermo, ninguém menos que a diretora-executiva da Vitapan, o laboratório farmacêutico de Cachoeira. O interesse pelo “câncer de prostata” sumiu de cena.
Documento interno da Anvisa revelaria o que de fato interessava a Demóstenes: “3 processos da empresa Vitapan Indústria Farmacêutica Ltda. 1º 23351.004/99/2009-11 – 2º 25352. 75493/2011/98 – 3º 25351.004199/20009-11”.
A despeito da pressão, a Anvisa informa que os pedidos da Vitapan continuam pendentes de deliberação. Em meio ao vaivém, Demóstenes pôs-se a criar empecilhos no Senado para a aprovação da recondução ao cargo de um dos diretores da Anvisa, José Agenor Álvares.
Cabe ao Senado sabatinar e referendar as indicações de gestores das agências reguladoras. Demóstenes alegou a José Álvares que a marcação de sua sabatina esbarrava nas queixas de empresários goianos, entre eles Cachoeira, em relação ao tratamento que recebiam na Anvisa.
Demóstenes aconselhou a José Álvares que recebesse os empresários queixosos. Ante um aceno positivo, Demóstenes moderou o discurso. A reunião não chegou a ocorrer. Mas os esforços para intermediar os interesses de Cachoeira expuseram-lhe o calcanhar.