domingo, 4 de outubro de 2009

13% admitem já ter vendido voto por dinheiro




92% acreditam que há corrupção no Congresso

Folha Online/CBJr.

O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa Datafolha inédita. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto), conclui-se deste "Retrato da Ética no Brasil".

Por exemplo, 94% dizem ser errado oferecer propina, e 94% concordam ser repreensível vender voto -um padrão escandinavo, a região do norte da Europa que engloba países como Suécia e Noruega, os menos corruptos do mundo, segundo a Transparência Internacional.

Um país em que os eleitores trocam voto por dinheiro, emprego ou presente e acreditam que seus concidadãos fazem o mesmo costumeiramente; um país em que os eleitores aceitam a ideia de que não se faz política sem corrupção; um país assim deveria ser obra de ficção, como em "Os Bruzundangas" (Ediouro), livro de Lima Barreto de 1923.

Mas o Brasil da prática cotidiana parece mais com Bruzundanga do que com a Escandinávia. O Datafolha mostra que 13% dos ouvidos admitem já ter trocado voto por emprego, dinheiro ou presente -cerca de 17 milhões de pessoas maiores de 16 anos no universo de 132 milhões de eleitores.

Alguns declararam ter cometido essas práticas de forma concomitante. Separados por benefício, 10% mudaram o voto em troca de emprego ou favor; 6% em troca de dinheiro; 5% em troca de presente.

Dos entrevistados, 12% afirmam que estão dispostos a aceitar dinheiro para mudar sua opção eleitoral; 79% acreditam que os eleitores vendem seus votos; e 33% dos brasileiros concordam com a ideia de que não se faz política sem um pouco de corrupção. Para 92%, há corrupção no Congresso e nos partidos políticos; para 88%, na Presidência da República e nos ministérios.

O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, em análise feita para o Mais!, em artigo à pág. 5, afirma que o resultado sociológico relevante da pesquisa é a convergência de opiniões sobre a corrupção e questiona os efeitos na democracia do que chama de fim da autonomia da consciência individual típica do liberalismo. A antropóloga Lívia Barbosa, autora de "O Jeitinho Brasileiro" (ed. Campus), acredita que, apesar das desigualdades econômicas e sociais, os brasileiros das mais diferentes faixas etárias, de gênero e de renda, níveis de escolaridade e filiações partidárias pensam "corretamente" a respeito de ética, moralidade e corrupção. "Ou vivemos na Escandinávia e não sabíamos e, portanto, devemos comemorar; ou o que fazemos na prática corresponde pouco ao que dizemos que fazemos e pensamos que deveria ser feito", escreve Barbosa à pág. 9.

Povo e elite

O cientista político Renato Lessa reedita máxima de San Tiago Dantas: "o povo enquanto povo é melhor do que a elite enquanto elite". "Não ficamos "mal na fita". Há uma generalizada e consistente presença de marcadores morais e éticos. Cremos saber o que é a corrupção e onde e quando se apresenta. No mais, desconfiamos dos outros", escreve à pág 11.

O economista Marcos Fernandes Gonçalves da Silva lembra (pág. 8) que a percepção de corrupção gigantesca não é um fenômeno brasileiro. Está em alta em países tão díspares como Argentina, Coreia do Sul, e Israel. A cobrança de propinas, especialmente associadas à "pequena corrupção", é endêmica pelo mundo, diz ele, especialista no tema.

No Brasil, 13% ouviram pedido de propina, e 36% destes pagaram; 5% ofereceram propina a funcionário público; 4% pagaram para serem atendidos antes em serviço público de saúde; 2% compraram carteira de motorista; 1%, diploma. Entre os entrevistados, 83% admitiram ao menos uma prática ilegítima ao responder a pesquisa (7% reconheceram a prática de 11 ou mais ações ilegítimas, admissão considerada "pesada"; 28% dizem ter praticado de 5 a 10 ações; 49% tiveram uma conduta "leve", com até quatro irregularidades).

A pesquisa mostra que 31% dos entrevistados colaram em provas ou concursos (49% entre os jovens); 27% receberam troco a mais e não devolveram; 26% admitiram passar o sinal vermelho; 14% assumiram parar carro em fila dupla. Dos entrevistados, 68% compraram produtos piratas; 30% compraram contrabando; 27% baixaram música da internet sem pagar; 18% compraram de cambistas; 15% baixaram filme da internet sem pagar.

São os mais ricos e mais estudados os que têm as maiores taxas de infrações (97% dos que ganham mais de dez mínimos assumem ter cometido infrações e 93% daqueles que têm ensino superior também), sendo que 17% dos mais ricos assumem frequência pesada de irregularidades (11 ou mais atos). Entre os mais pobres, 76% assumem infrações; dos que têm só o ensino fundamental, 74% afirmam o mesmo. Apesar disso, 74% dizem que sempre respeitam as leis, mesmo se perderem oportunidades. E 56% afirmam que a maioria tentaria tirar proveito de si, caso tivesse chance.

A pesquisa do Datafolha tem o mérito de colocar em foco problema crucial nacional. Uma discussão sobre se o Brasil deve seguir Bruzundanga. A obra que retrata a República dos Estados Unidos da Bruzundanga foi lançada no ano seguinte à morte de Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), autor consagrado por livros como "Triste Fim de Policarpo Quaresma".

"O valo de separação entre o político e a população que tem de dirigir faz-se cada vez mais profundo. A nação acaba não mais compreendendo a massa dos dirigentes, não lhe entendendo estes a alma, as necessidades, as qualidades e as possibilidades", escreveu Lima Barreto. E concluiu: "Um povo tem o governo que merece".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sócio de Dantas fez doação para José Sarney

da Folha Online

Hoje na Folha O senador José Sarney (PMDB-AP) recebeu em 2006, como doação para a campanha que o reelegeu, R$ 270 mil do empresário Richard Klien, sócio do banqueiro Daniel Dantas, indiciado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, e condenado no ano passado por corrupção pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, informa reportagem de Rubens Valente, publicada nesta terça-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Klien é sócio de Daniel Dantas na Santos Brasil, que administra o terminal de contêineres do porto de Santos (SP), privatizado em 1997.

Segundo a reportagem, a filha do senador, Roseana, recebeu de Klien mais R$ 240 mil para sua candidatura derrotada ao governo do Maranhão --ela acabou tomando posse em abril, depois que o eleito foi cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O clã Sarney ficou com 83% do total doado pelo empresário em 2006 -17% dos gastos totais da campanha de Sarney. A Folha informa que os outros candidatos apoiados pelo empresário em 2006 foram Jandira Feghali (PC do B-RJ) e Índio da Costa (DEM-RJ), com R$ 50 mil cada um.

No ano passado, Klien doou R$ 250 mil para o Diretório Nacional do PT, em Brasília, e o suplente do conselho de administração da empresa, Thomas Klien, doou R$ 150 mil para o Diretório Nacional do PSDB.

Outro lado

A assessoria de Sarney informou, por e-mail, que o empresário "sempre foi um doador declarado na Justiça de campanhas eleitorais". Segundo a assessoria,o senador desconhecia que Klien fosse sócio de Daniel Dantas, com quem teria estado apenas uma vez, num encontro aberto.

Klien, procurado desde a semana passada, não foi localizado. A assessoria da Santos Brasil informou que as doações do empresário foram feitas "em caráter privado", sobre as quais "não influem considerações dos sócios ou do conselho administrativo da empresa".

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Empresários poderão ser obrigados a deixar de comprar mandatos para seus parlamentares "laranjas": Fim da doação "privada" para campanhas políticas

Campanha de 2010 pode ter R$1 bi de verba oficial (Manchete de O Estado de S. Paulo)


Deputados propõem criar fundo que receberia R$ 7 por eleitor

Os parlamentares estão dispostos a aprovar às pressas nova regra de doações e financiamento eleitoral com dinheiro público, relata a repórter Denise Madueño. A ideia surgiu ao detectarem queda na disposição das empresas em bancar campanhas eleitorais em razão de escândalos de caixa 2, além da fiscalização da Receita e da crise econômica. No projeto, a ser apresentado por Flávio Dino (PCdoB-MA), os deputados propõem reforçar o atual fundo partidário, ou criar outro, com repasse de dinheiro oficial. Dino antecipou que o fundo de campanha deverá obter um valor de, no máximo, R$ 7 reais por eleitor e, em caso de segundo turno, mais R$ 2. Isso significa que o total do fundo pode chegar a R$ 1 bilhão em 2010. Em contrapartida, empresas privadas e públicas ficariam proibidas de fazer doações. Mas seriam permitidas contribuições de pessoas físicas até mesmo pela internet, por sistema semelhante ao usado nos EUA. (págs. 1 e A6)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Parlamentares apresentam projetos que beneficiam financiadores de suas campanhas

Correio Braziliense


Câmara: Os defensores de uma ética bem particular
O Conselho de Ética da Câmara tem o papel de julgar os deputados acusados de ferir o decoro parlamentar.

Mas os próprios congressistas que integram o grupo não andam na linha.

No jogo entre interesses públicos e privados, apresentam projetos que beneficiam financiadores de suas campanhas.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Enquanto o financiamento público de campanha não vem: Doação ilegal a políticos foi feita por mais de 70 sindicatos

Folha de S. Paulo

Doação ilegal a políticos foi feita por mais de 70 sindicatos
Pelo menos 73 sindicatos fizeram doações a candidatos nas quatro últimas eleições, apesar de proibição na Lei Eleitoral. Os dados são de prestações de contas oficiais. Políticos de todo o país receberam ao todo R$ 246 mil, segundo os registros.

Na maioria dos casos detectados pelos Tribunais Regionais Eleitorais, os candidatos devolveram o dinheiro ou disseram ter cometido equívoco ao prestar contas. A lei prevê que infratores sejam processados por abuso do poder econômico. (págs. 1 e A6)

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O Estado de S. Paulo


Ligada ao PC do B, ONG leva R$ 8,5 mi
Repasse foi de ministro do partido

O Ministério dos Esportes repassou para a ONG Bola Pra Frente R$ 8,5 milhões em 2008, o terceiro maior volume de recursos transferidos pela pasta para "entidades privadas sem fins lucrativos". Localizada em Jaguariúna (SP), a ONG é dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, vereadora do PC do B, partido do ministro dos Esportes, Orlando Silva. Karina disse que a entidade é fiscalizada regularmente e que é exemplo de transparência. (págs. 1 e A5)

Notas & Informações: A cúpula da distensão
O faro de Chávez deve tê-lo feito perceber que não haveria clima para ofuscar Obama. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Sociedade aberta: Gláucio Ary Dillon Soares
Sociólogo
1964: a repressão militar e o desequilíbrio de poderes. (págs. 1 e A10)

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Correio Braziliense

Manchete: Nascidos para amar Brasília
Hoje, 21 de abril de 2009, o Correio mostra a grandeza de Brasília a partir de seus personagens. Quarenta e nove brasilienses, um nascido em cada ano, oferecem suas histórias pessoais que, somadas, resultam no mosaico orgulhosamente chamado de nossa cidade. Eles relatam a forma como se relacionam com o concreto armado em linhas improváveis, com os amplos gramados a dividir prédios e vias, com as pessoas e os lugares que fazem parte da cidade-monumento. É a saga da jovem capital que acolhe bebês como Isabel, Beatriz e Samuel. Parabéns para ela! (págs. 1 e Suplemento especial)

No vermelho
Previdência tem arrecadação recorde em março, mas registra déficit de R$ 3 bi por causa do mínimo (págs. 1 e 25)

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Estado de Minas

Manchete: Tiradentes: O homem e o mito (pág. 1)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Subsecretário de Rosinha Garotinho é preso pela PF acusado de compra de votos

da Folha Online

A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira o subsecretário adjunto do governo de Rosinha Garotinho (PMDB) em Campos de Goytacazes (RJ), Thiago Calil, acusado de compra de votos nas eleições de 2008.

A operação, batizada de Cinquentinha, ainda prendeu outras duas pessoas, mas os nomes não foram divulgados. A PF ainda cumpriu mandados de busca e apreensão.

Segundo as investigações, Calil liderou uma organização criminosa em que várias pessoas se associaram para a compra de votos --cada voto era vendido por R$ 50.

Os presos foram levados para o presídio Carlos Tinoco. Eles devem responder pelos crimes de formação de quadrilha e compra de votos.

Outro lado

O secretário de Governo, Roberto Henriques, afirmou que a prefeita "não apenas deseja, mas quer que todas as denúncias sejam apuradas". Ele disse que Rosinha participou das eleições "fazendo uma campanha diária contra a venda de votos por parte dos eleitores".

Henriques anunciou ainda que o subsecretário será afastado do cargo até que sejam concluídas as investigações da Polícia Federal.

O secretário afirmou que Calil apoiou a coligação presidida pelo PMDB no segundo turno, tendo em primeiro turno integrado a campanha da coligação adversária.

"Fizemos uma campanha limpa, recebemos apoios no segundo turno de vários partidos e setores da sociedade civil. Neste momento, temos a tranquilidade de acompanhar esses fatos com o distanciamento necessário, porque a prefeita Rosinha Garotinho fez uma campanha inteira, indo de casa em casa, pedindo aos eleitores que não vendessem seus votos."

Leia mais

sábado, 28 de março de 2009

EMPRESA COMPRA MANDATOS PARA PARLAMENTARES AMIGOS

DESMORONA O "CASTELO DE AREIA" DO FINANCIAMENTO "PRIVADO" DAS CAMPANHAS POLÍTICAS

FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA POLÍTICAS É DESMORALIZADO

NÃO É O POVO QUE OUTORGA MANDATOS, MAS AS EMPRESAS QUE FINANCIAM CAMPANHAS POLÍTICAS

FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHAS POLÍTICAS E PURA TROCA DE FAVORES

SÓ O FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS POLÍTICAS ACABARÁ COM ESSA "POUCA VERGONHA"

VEJA O QUE PUBLICARAM OS JORNAIS SOBRE A "SUJEIRA" QUE É A CONTRIBUIÇÃO "PRIVADA" ÁS CAMPANHAS POLÍTICAS:

Em 28 de março de 2009

Folha de S. Paulo

Manchete: Investigação atinge outra obra da Camargo Corrêa
Ministério Público vai apurar se houve desvio na usina de Tucuruí (PA)

O Ministério Público, que investiga supostas doações ilegais da Camargo Corrêa a partidos, incluirá a usina de Tucuruí (PA) no rol de obra sob suspeita de superfaturamento. A apuração integra operação em que quatro diretores da empresa foram presos pela Polícia Federal. Para a Procuradoria, o dinheiro eventualmente pago a mais pode ter sido usado pela empreiteira em doações irregulares. Segundo ação na Justiça do Pará, a obra das eclusas de Tucuruí foi orçada em R$ 230,6 milhões, dos quais R$ 6,8 milhões teriam sido desviados. Apontado pela PF como coordenador da distribuição de doações da empreiteira, Luiz Henrique Maia Bezerra, representante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em Brasília, é filho do ministro do Tribunal de Contas da União Valmir Campelo. Campelo é relator de processos que envolvem a Camargo Corrêa. Para ele, não existe conflito de interesses. Bezerra não quis falar. O ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, contratado para defender a Camargo Corrêa, disse acreditar que a empresa não cometeu crimes. (pág. 1 e Brasil)


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O Estado de S. Paulo


PF indicia diretor e secretária da Camargo
A Polícia Federal indicou o engenheiro Raggi Badra Neto, diretor de Licitações da Construtora Camargo Corrêa. Preso anteontem na Operação Castelo de Areia, ele é investigado por ter mantido contato frequente com o doleiro Kurt Paul Pickel com suposto objetivo de fazer remessas ilegais para o exterior. Também foi indiciada a secretária Darcy Flores Alvarenga, presa por ter agendado encontros de diretores da empreiteira com doleiros. (págs. 1, A4 a A7)


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Correio Braziliense

Para a PF, empreiteira mantinha candidatos, não partidos
No inquérito sobre a empreiteira Camargo Corrêa, a Polícia Federal informa detalhes do esquema ilegal de financiamento político. Segundo os federais, a conexão de recursos sujos abastecia o caixa de candidatos de vários partidos, não havendo predileção por nenhum deles. (págs. 1, Tema do Dia e págs. 2 e 3)


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o globo


Ministro do TCU é pai de suspeito investigado
O Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga irregularidades em obras da Camargo Corrêa, tem entre seus ministros Valmir Campelo Bezerra, pai de Luiz Henrique Bezerra, um dos diretores da Fiesp citados em grampo feito pela PF na Operação Castelo da Areia. O diretor é suspeito de intermediar doações ilegais da construtora para partidos políticos. (págs. 1 e 3

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Sexta-feira, 27 de Março de 2009

Enquanto não sair o financiamento público de campanhas políticas continuará o conluio entre empresários e políticos

O que publicam os Jornais de Hoje sobre a corrupção sistêmica e endêmica:

O Globo

Manchete: PF apura lista de doações de empreiteira a políticos
Esquema tinha empresas de fachada no Rio para remessas ilegais

Na Operação Castelo de Areia, que prendeu anteontem quatro diretores da Camargo Corrêa, a Polícia Federal apreendeu lista de nomes de políticos e servidores públicos ao lado de valores que teriam sido doados pela empreiteira. A PF investiga se as doações foram feitas em troca de favorecimento em obras. A maioria das doações gira em torno de R$ 100 mil, e a polícia estima que pelo menos metade dos
R$ 30 milhões que teriam sido desviados pela empreiteira em superfaturamento de obras abasteceu campanhas políticas. Segundo a procuradora Karen Louise Kahn, nos diálogos, políticos e diretores da Camargo Corrêa falavam em pagamentos "por dentro e por fora". Senadores citados em conversas gravadas dizem que só receberam doações legais. A empresa é acusada também de usar doleiros com empresas de fachada, a maioria no Rio, para remessas de dinheiro ao exterior. (págs. 1, 3 e 4)


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Folha de S. Paulo


doações ilegais de empreiteira, diz PF
A transcrição de diálogos telefônicos de diretores da Camargo Corrêa aponta que a empreiteira fez doações ilegais a partidos políticos, segundo interpretam a PF e o Ministério Público Federal. Nos diálogos, executivos citam contribuições “por dentro” e “por fora”, entrega de dinheiro “em espécie” e remessas para o exterior.

As conversas têm um código com nomes de animais. Numa delas, um suposto doleiro diz que “o canarinho está precisando de alpiste”. A empresa não comentou. Quatro diretores estão presos, mas seus advogados já pediram hábeas corpus. A oposição vê viés político na não inclusão do PT como alvo de doações. (págs. 1 e Brasil)


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O Estado de S. Paulo

Manchete: Grampos da Polícia Federal indicam doação ilegal
Conversas de executivos reforçam suspeita de que empreiteira tinha contabilidade paralela

Escutas telefônicas feitas com autorização judicial indicam a participação de executivos da Construtora Camargo Corrêa no suposto esquema de doações ilegais para políticos desmontado pela Operação Castelo de Areia. Diálogos interceptados pela Polícia Federal reforçam a suspeita de que a empreiteira mantinha duas contabilidades para os repasses de dinheiro a parlamentares: uma oficial - para as doações registradas conforme a lei - e outra paralela. Em conversa gravada em 23 de setembro, Pietro Francisco Bianchi, diretor da construtora, fala sobre doações com um homem identificado só como Marcelo. "É campanha política?", pergunta Pietro. O interlocutor diz que sim e o diretor da Camargo indaga: "Por dentro?" A resposta é negativa. Segundo policiais federais, os repasses "por fora" são aqueles efetuados pelo caixa 2 da empresa, sem comunicação à Justiça Eleitoral. São citados nas gravações a Fiesp, e seu presidente, Paulo Skaf. E mencionado também Luiz Henrique, diretor da entidade baseado em Brasília e encarregado de fazer a ponte com o Congresso. (págs. 1, A4 a A8)

Operação assusta o Planalto
O advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro e conselheiro do presidente Lula, atendeu a solicitação do Palácio do Planalto e foi contratado pela Camargo Corrêa. O presidente pediu menos "pirotecnia" nas operações da PF e do Ministério Público. (págs. 1 e A7)

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Jornal do Brasil

Governo sai em defesa da PF
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, tenha sido motivada por denúncias de cunho político, como alegaram partidos da oposição acusados de receber recursos ilícitos da construtora Camargo Corrêa. (pág. 1 e Tema do dia, págs. A2 a A4)


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Correio Braziliense


Caixa 2 nas conversas da empreiteira
Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Federal flagrou dois diretores da Camargo Corrêa tratando de doações de dinheiro a partidos políticos. “Essa é por dentro, essa é por fora”, combinam, citando nomes dos recebedores e respectivos valores. (págs. 1, 2 e 3)

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Gazeta Mercantil


Governo nega ação política da PF
O governo aproveitou ontem a cerimônia de comemoração do 65º aniversário da Polícia Federal (PF) para negar que a instituição sofra interferências políticas em sua atuação cotidiana. (págs. 1 e A12)



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Estado de Minas

Manchete: O laranjal do Marajá
Elmo Braz, conselheiro do TCE que recebe mais de R$ 50 mil mensais, é acusado de usar testas-de-ferro como sócios em empresas para intermediar propinas e ocultar parte do patrimônio

Ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Braz foi indiciado pela Polícia Federal por receber suborno para aprovar contas de prefeituras. Também está sendo investigado por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Documentos mostram que, para operar o esquema de corrupção, ele montou uma rede de laranjas comandada por dois assessores, com os quais já trabalhava na Assembleia Legislativa quando era deputado. Um deles e a ex-mulher do conselheiro aparecem na composição acionária das empresas da família. (págs. 1 e 3)

Camargo Corrêa
Gravações indicam doações ilegais a partidos. (págs. 1, 6 e 7)

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Jornal do Commercio

Denúncia pode levar partidos ao Supremo (pág. 1)


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Quinta-feira, 26 de Março de 2009

Fiesp intermediou repasses de empreteira a partidos João Wainer/Folha



Relatório da Polícia Federal sustenta que a empreiteira Camargo Corrê valeu-se da intermediação da Fiesp para borrifar verbas nas arcas de sete partidos.



O documento anota sete siglas. Três da oposição: PSDB, DEM e PPS. E quatro sócios do consórcio governista que gravita em torno de Lula: PMDB, PSB, PDT e PP.



Há também referências no documento da PF a uma sigla que não possui registros nos arquivos da Justiça Eleitoral: PS.



Repasses de empresas a partidos são autorizadas pela legislação eleitoral. O problema é que a PF suspeita que uma parte do numerário escoou pelo caixa dois.



Num trecho de seu relatório, a polícia diz ter colecionado “indícios” de que parte do dinheiro provido aos partidos pela empreiteira é “doação não declarada”.



No despacho em que autorizou as prisões da operação Castelo de Areia, deflagrada nesta quarta (24), o juiz Fausto de Sanctis, escreveu:



“Sob tal enfoque, há indícios de que supostos crimes financeiros, em tese, perpetrados por alguns funcionários da Camargo Corrêa...”



“...Juntamente com Kurt Pickel [doleiro residente em São Paulo] poderiam estar sendo motivados para fraudar de algum modo o sistema eleitoral”.



O pedaço eleitoral da investigação veio à tona em diálogos vadios captados por escutas telefônicas feitas pela PF.



Os grampos pescaram uma intensa troca de telefonemas nos dias 15 e 16 de setembro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais.



Captaram-se, por exemplo, conversas de três diretores da Camargo Corrêa –Dárcio Brunato, Pietro Bianchi e Fernando Dias Gomes –com a Fiesp.



Emerge dos grampos a voz de um representante da Fiesp em Brasília: Luiz Fernando Maia Bezerra.



Os diretores da empreiteira trataram com a Fiesp, informa a PF, “da distribuição de valores a políticos e partidos políticos”.



Escutou-se também uma conversa do diretor Pietro Bianchi com Fernando Botelho, vice-presidente da amargo Corrêa.



Deu-se às 12h48m19s do dia 15 de setembro de 2008. Fernando diz a Pietro que recebera um telefonema de Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Reclamava da demora na liberação dos repasses prometidos.



No telefonema ao diretor Pietro, o vice Fernando Botelho cobrou explicações. Parecia “contrariado”, segundo o relato da PF.



Lero vai, lero vem, fez-se menção a uma “divisão de valores”. Citaram-se o PSDB e o PS, a legenda sem registro no TSE.



No mesmo dia 15 de setembro, às 12h54m17s, Pietro tocou o telefone para o colega de diretoria Dárcio Brunato. Pediu-lhe informações acerca das doações.



Dárcio diz a Pietro que a “divisão dos valores” já havia sido feita. Mencionam duas cifras e um par de nomes: "R$ 300 mil para Agripino e partido" e "R$ 200 mil para o Flexa Ribeiro". Citam cinco partidos: PPS, PSB, PDT, DEM e PP.



Na manhã do dia seguinte, 16 de setembro de 2008, às 9h35m33s, o diretor Dárcio conversou pelo telefone com João Auler.



Auler é identificado no relatório da PF como vice-presidente de negócios da Camargo Corrêa. Seria o contato da empreiteira em Brasília.



Informou ao colega que estava “tudo certo” em relação à divisão e ao repasse das verbas aos partidos políticos.



Noutro diálogo captado pelos grampos e anexado à folha 1.244 do processo que corre na vara judicial comandada pelo juiz Fausto de Sanctis faz-se referência ao PMDB.



A conversa gira em torno da “destinação” de “R$ 300 mil” ao PMDB do Pará, presidido pelo deputado federal Jader Barbalho.



No despacho que redigiu na última segunda-feira (23), o juiz de Sanctis escreveu, em linguagem cuidadosa, o seguinte:



“Os diálogos monitorados revelam, em princípio, tratativas e possíveis entregas de numerários supostamente a políticos e a partidos políticos...”



Repasses “oriundos, em tese, da empresa Camargo Corrêa, com a suposta intermediação da Fiesp, direta ou indiretamente”.



Em nota, a Fiesp diz que não teme "qualquer tipo de investigação". O PPS negou que tenha recebido recursos ilegais. O PSDB informou que só recebeu da empreiteira verbas legais.



Presidente do diretório do DEM no Rio Grande do Norte, o senador José Agripino Maia confirmou o repasse à legenda de R$ 300 mil. Dentro da lei, disse. Exibiu cópia do recibo.



O deputado Jader Barbalho, presidente do diretório paraense do PMDB, também confirmou o recebimento de R$ 300 mil. Coisa legal, afirmou. Não veio à luz, por ora, o comprovante.



As outras legendas não haviam se manifestado até a noite passada.

Escrito por Josias de Souza às 03h20

postado por Blog do Paim às 06:50 | 0 Comentários
Quarta-feira, 25 de Março de 2009
Investigações apontam que Camargo Corrêa fez doações ilegais a sete partidos

da Folha Online

As investigações da Operação Castelo de Areia, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, menciona sete partidos políticos que podem ter recebido doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa nas eleições de 2008.

A polícia gravou legalmente a conversa do diretor da Camargo Corrêa, Pietro Francisco Brunato Giavina Bianchi, com assessores e funcionários de alto escalão da empresa. Nos diálogos, eles tratam da distribuição de dinheiro a diversos partidos políticos nas eleições do ano passado.

São mencionados o PSDB, PS, PPS, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará, que, de acordo com a investigação, teria recebido R$ 300 mil. Os valores supostamente recebidos pelos demais partidos não foram mencionados.

De acordo com o texto, a entrega desse dinheiro foi intermediada "direta ou indiretamente" pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Os diálogos monitorados revelam em princípio tratativas e possíveis entregas de numerários supostamente a políticos e a partidos políticos oriundos, em tese, da empresa Camargo Corrêa, com a suposta intermediação da Fiesp", diz o texto.

Além das doações a partidos políticos, a operação investiga a remessa de dinheiro ilegal do Brasil para o exterior feita por meio de diretores da empreiteira e doleiros que atuam no Brasil e no exterior. Eles teriam criado um sofisticado sistema, que inclui operações de câmbio e transferências bancárias responsáveis pela evasão de, pelo menos, R$ 20 milhões.

Outro lado

O DEM e o PPS negaram nesta quarta-feira envolvimento no suposto esquema que repassou contribuições irregulares da construtora Camargo Corrêa para partidos políticos.

"A Direção Nacional do PPS esclarece que não recebeu nenhuma doação da construtora Camargo Corrêa e repudia o uso político da Polícia Federal pelo governo Lula para tentar atingir os partidos de oposição", afirma o PPS em nota oficial.

Já o DEM se manifestou por meio do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), que também justificou a doação de R$ 300 mil recebida pelo partido da construtora Camargo Corrêa no ano passado nas eleições municipais.

Ele apresentou recibo que comprova a doação ao partido --encaminhada para o diretório regional do DEM no Rio Grande do Norte, sem qualquer ligação pessoal com o seu nome.

"Eu sou presidente do diretório regional, a doação foi para o partido. O dinheiro foi depositado na conta do partido em Natal. É evidente que esses recursos foram declarados ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral]. Se tem alguém manchado, não sou eu", disse.

O PSDB também se justificou por meio de nota oficial. "Em diversas campanhas eleitorais, o PSDB recebeu doações da empresa Camargo Corrêa. Todas dentro do que determina a lei e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, conforme prestações de contas que estão disponíveis inclusive na internet", diz o texto. "O PSDB desconhece que qualquer empresa ou doador tenha atuado fora dos limites legais e condena tal procedimento."

A Folha Online está em contato com os outros partidos políticos, mas até agora não recebeu resposta.

Camargo Corrêa

Também por meio de nota, a Camargo Corrêa se disse perplexa com a operação e que confia nos funcionários detidos, embora ainda não tenha acesso às informações da PF.

"A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação", afirmou a empresa.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Lago continuará no cargo até julgamento de recurso no TSE (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - Cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador do Maranhão, Jackson Lago, vai tentar prorrogar seu mandato com recursos judiciais. Ontem de madrugada, o tribunal decidiu que Lago deve deixar o cargo porque ficou provado que houve em seu favor abuso de poder político e econômico na eleição de 2006 e determinou a posse da senadora Roseana Sarney.

Jackson Lago pode ficar no cargo até que o TSE julgue um eventual recurso questionando a cassação. E os advogados de Jackson Lago já começaram a trabalhar nesse recurso, que deverá ser protocolado no próprio TSE após a publicação da decisão que cassou o mandato do governador.

"Há temas constitucionais relevantes que não enfrentados Há pontos que deveriam ser enfrentados e que não foram. Há obscuridade", avaliou o advogado José Eduardo Alckmin, que integra o time de defensores de Jackson Lago.

"Essa decisão é um terreno fecundo para embargos de declaração (o tipo de recurso que deve ser protocolado no TSE)", disse o também advogado de Lago o ex-ministro do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek. "Chegamos a uma situação surreal. O que vale o nosso voto? Temos convicção de que essa decisão será modificada", afirmou Rezek.

Se não tiverem sucesso, os advogados pretendem bater às portas do Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que a decisão que cassou o governador desrespeitou a Constituição.

Do outro lado, a senadora Roseana Sarney, mesmo antes de assumir o governo, já enfrenta uma ação questionando o seu comportamento na eleição de 2006. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, afirmou que agora cabe acelerar o julgamento dessa ação envolvendo Roseana.

De acordo com informações fornecidas pelo tribunal, o terceiro colocado na eleição de 2006 e parente de Jackson Lago, Aderson Lago, contesta a conduta da senadora na eleição, alegando que teriam ocorrido abusos.

No julgamento de Jackson Lago, o TSE impôs uma jurisprudência rígida em relação à participação de pré-candidatos em comícios durante o ano eleitoral. Lago esteve em eventos desse tipo nos quais foram fechados convênios entre o então governador Reinaldo Tavares e municípios do interior do Estado.

"Eu nunca vi isso na minha vida, uma celebração de convênio em palanque. Se isso não significa uma violação frontal ao princípio da impessoalidade, eu não sei mais o que é impessoalidade", criticou durante o julgamento o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto.

Segundo ele, o então governador do Maranhão tinha legitimidade para montar um aparato para tentar vencer a candidatura de Roseana Sarney. "Essa agregação de forças seria legítima se fosse feita a partir das ideias, histórico de vida, história de luta, da sua particularizada visão de concepção de governo", disse. "Mas nunca a partir do uso da máquina administrativa em benefício de uma candidatura", concluiu Ayres Britto.