sábado, 28 de março de 2009

EMPRESA COMPRA MANDATOS PARA PARLAMENTARES AMIGOS

DESMORONA O "CASTELO DE AREIA" DO FINANCIAMENTO "PRIVADO" DAS CAMPANHAS POLÍTICAS

FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA POLÍTICAS É DESMORALIZADO

NÃO É O POVO QUE OUTORGA MANDATOS, MAS AS EMPRESAS QUE FINANCIAM CAMPANHAS POLÍTICAS

FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHAS POLÍTICAS E PURA TROCA DE FAVORES

SÓ O FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS POLÍTICAS ACABARÁ COM ESSA "POUCA VERGONHA"

VEJA O QUE PUBLICARAM OS JORNAIS SOBRE A "SUJEIRA" QUE É A CONTRIBUIÇÃO "PRIVADA" ÁS CAMPANHAS POLÍTICAS:

Em 28 de março de 2009

Folha de S. Paulo

Manchete: Investigação atinge outra obra da Camargo Corrêa
Ministério Público vai apurar se houve desvio na usina de Tucuruí (PA)

O Ministério Público, que investiga supostas doações ilegais da Camargo Corrêa a partidos, incluirá a usina de Tucuruí (PA) no rol de obra sob suspeita de superfaturamento. A apuração integra operação em que quatro diretores da empresa foram presos pela Polícia Federal. Para a Procuradoria, o dinheiro eventualmente pago a mais pode ter sido usado pela empreiteira em doações irregulares. Segundo ação na Justiça do Pará, a obra das eclusas de Tucuruí foi orçada em R$ 230,6 milhões, dos quais R$ 6,8 milhões teriam sido desviados. Apontado pela PF como coordenador da distribuição de doações da empreiteira, Luiz Henrique Maia Bezerra, representante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em Brasília, é filho do ministro do Tribunal de Contas da União Valmir Campelo. Campelo é relator de processos que envolvem a Camargo Corrêa. Para ele, não existe conflito de interesses. Bezerra não quis falar. O ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, contratado para defender a Camargo Corrêa, disse acreditar que a empresa não cometeu crimes. (pág. 1 e Brasil)


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O Estado de S. Paulo


PF indicia diretor e secretária da Camargo
A Polícia Federal indicou o engenheiro Raggi Badra Neto, diretor de Licitações da Construtora Camargo Corrêa. Preso anteontem na Operação Castelo de Areia, ele é investigado por ter mantido contato frequente com o doleiro Kurt Paul Pickel com suposto objetivo de fazer remessas ilegais para o exterior. Também foi indiciada a secretária Darcy Flores Alvarenga, presa por ter agendado encontros de diretores da empreiteira com doleiros. (págs. 1, A4 a A7)


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Correio Braziliense

Para a PF, empreiteira mantinha candidatos, não partidos
No inquérito sobre a empreiteira Camargo Corrêa, a Polícia Federal informa detalhes do esquema ilegal de financiamento político. Segundo os federais, a conexão de recursos sujos abastecia o caixa de candidatos de vários partidos, não havendo predileção por nenhum deles. (págs. 1, Tema do Dia e págs. 2 e 3)


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o globo


Ministro do TCU é pai de suspeito investigado
O Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga irregularidades em obras da Camargo Corrêa, tem entre seus ministros Valmir Campelo Bezerra, pai de Luiz Henrique Bezerra, um dos diretores da Fiesp citados em grampo feito pela PF na Operação Castelo da Areia. O diretor é suspeito de intermediar doações ilegais da construtora para partidos políticos. (págs. 1 e 3

postado por Blog do Paim às 05:23 | 0 Comentários
Sexta-feira, 27 de Março de 2009

Enquanto não sair o financiamento público de campanhas políticas continuará o conluio entre empresários e políticos

O que publicam os Jornais de Hoje sobre a corrupção sistêmica e endêmica:

O Globo

Manchete: PF apura lista de doações de empreiteira a políticos
Esquema tinha empresas de fachada no Rio para remessas ilegais

Na Operação Castelo de Areia, que prendeu anteontem quatro diretores da Camargo Corrêa, a Polícia Federal apreendeu lista de nomes de políticos e servidores públicos ao lado de valores que teriam sido doados pela empreiteira. A PF investiga se as doações foram feitas em troca de favorecimento em obras. A maioria das doações gira em torno de R$ 100 mil, e a polícia estima que pelo menos metade dos
R$ 30 milhões que teriam sido desviados pela empreiteira em superfaturamento de obras abasteceu campanhas políticas. Segundo a procuradora Karen Louise Kahn, nos diálogos, políticos e diretores da Camargo Corrêa falavam em pagamentos "por dentro e por fora". Senadores citados em conversas gravadas dizem que só receberam doações legais. A empresa é acusada também de usar doleiros com empresas de fachada, a maioria no Rio, para remessas de dinheiro ao exterior. (págs. 1, 3 e 4)


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Folha de S. Paulo


doações ilegais de empreiteira, diz PF
A transcrição de diálogos telefônicos de diretores da Camargo Corrêa aponta que a empreiteira fez doações ilegais a partidos políticos, segundo interpretam a PF e o Ministério Público Federal. Nos diálogos, executivos citam contribuições “por dentro” e “por fora”, entrega de dinheiro “em espécie” e remessas para o exterior.

As conversas têm um código com nomes de animais. Numa delas, um suposto doleiro diz que “o canarinho está precisando de alpiste”. A empresa não comentou. Quatro diretores estão presos, mas seus advogados já pediram hábeas corpus. A oposição vê viés político na não inclusão do PT como alvo de doações. (págs. 1 e Brasil)


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O Estado de S. Paulo

Manchete: Grampos da Polícia Federal indicam doação ilegal
Conversas de executivos reforçam suspeita de que empreiteira tinha contabilidade paralela

Escutas telefônicas feitas com autorização judicial indicam a participação de executivos da Construtora Camargo Corrêa no suposto esquema de doações ilegais para políticos desmontado pela Operação Castelo de Areia. Diálogos interceptados pela Polícia Federal reforçam a suspeita de que a empreiteira mantinha duas contabilidades para os repasses de dinheiro a parlamentares: uma oficial - para as doações registradas conforme a lei - e outra paralela. Em conversa gravada em 23 de setembro, Pietro Francisco Bianchi, diretor da construtora, fala sobre doações com um homem identificado só como Marcelo. "É campanha política?", pergunta Pietro. O interlocutor diz que sim e o diretor da Camargo indaga: "Por dentro?" A resposta é negativa. Segundo policiais federais, os repasses "por fora" são aqueles efetuados pelo caixa 2 da empresa, sem comunicação à Justiça Eleitoral. São citados nas gravações a Fiesp, e seu presidente, Paulo Skaf. E mencionado também Luiz Henrique, diretor da entidade baseado em Brasília e encarregado de fazer a ponte com o Congresso. (págs. 1, A4 a A8)

Operação assusta o Planalto
O advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro e conselheiro do presidente Lula, atendeu a solicitação do Palácio do Planalto e foi contratado pela Camargo Corrêa. O presidente pediu menos "pirotecnia" nas operações da PF e do Ministério Público. (págs. 1 e A7)

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Jornal do Brasil

Governo sai em defesa da PF
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, tenha sido motivada por denúncias de cunho político, como alegaram partidos da oposição acusados de receber recursos ilícitos da construtora Camargo Corrêa. (pág. 1 e Tema do dia, págs. A2 a A4)


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Correio Braziliense


Caixa 2 nas conversas da empreiteira
Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Federal flagrou dois diretores da Camargo Corrêa tratando de doações de dinheiro a partidos políticos. “Essa é por dentro, essa é por fora”, combinam, citando nomes dos recebedores e respectivos valores. (págs. 1, 2 e 3)

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Gazeta Mercantil


Governo nega ação política da PF
O governo aproveitou ontem a cerimônia de comemoração do 65º aniversário da Polícia Federal (PF) para negar que a instituição sofra interferências políticas em sua atuação cotidiana. (págs. 1 e A12)



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Estado de Minas

Manchete: O laranjal do Marajá
Elmo Braz, conselheiro do TCE que recebe mais de R$ 50 mil mensais, é acusado de usar testas-de-ferro como sócios em empresas para intermediar propinas e ocultar parte do patrimônio

Ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Braz foi indiciado pela Polícia Federal por receber suborno para aprovar contas de prefeituras. Também está sendo investigado por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Documentos mostram que, para operar o esquema de corrupção, ele montou uma rede de laranjas comandada por dois assessores, com os quais já trabalhava na Assembleia Legislativa quando era deputado. Um deles e a ex-mulher do conselheiro aparecem na composição acionária das empresas da família. (págs. 1 e 3)

Camargo Corrêa
Gravações indicam doações ilegais a partidos. (págs. 1, 6 e 7)

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Jornal do Commercio

Denúncia pode levar partidos ao Supremo (pág. 1)


postado por Blog do Paim às 07:24 | 0 Comentários
Quinta-feira, 26 de Março de 2009

Fiesp intermediou repasses de empreteira a partidos João Wainer/Folha



Relatório da Polícia Federal sustenta que a empreiteira Camargo Corrê valeu-se da intermediação da Fiesp para borrifar verbas nas arcas de sete partidos.



O documento anota sete siglas. Três da oposição: PSDB, DEM e PPS. E quatro sócios do consórcio governista que gravita em torno de Lula: PMDB, PSB, PDT e PP.



Há também referências no documento da PF a uma sigla que não possui registros nos arquivos da Justiça Eleitoral: PS.



Repasses de empresas a partidos são autorizadas pela legislação eleitoral. O problema é que a PF suspeita que uma parte do numerário escoou pelo caixa dois.



Num trecho de seu relatório, a polícia diz ter colecionado “indícios” de que parte do dinheiro provido aos partidos pela empreiteira é “doação não declarada”.



No despacho em que autorizou as prisões da operação Castelo de Areia, deflagrada nesta quarta (24), o juiz Fausto de Sanctis, escreveu:



“Sob tal enfoque, há indícios de que supostos crimes financeiros, em tese, perpetrados por alguns funcionários da Camargo Corrêa...”



“...Juntamente com Kurt Pickel [doleiro residente em São Paulo] poderiam estar sendo motivados para fraudar de algum modo o sistema eleitoral”.



O pedaço eleitoral da investigação veio à tona em diálogos vadios captados por escutas telefônicas feitas pela PF.



Os grampos pescaram uma intensa troca de telefonemas nos dias 15 e 16 de setembro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais.



Captaram-se, por exemplo, conversas de três diretores da Camargo Corrêa –Dárcio Brunato, Pietro Bianchi e Fernando Dias Gomes –com a Fiesp.



Emerge dos grampos a voz de um representante da Fiesp em Brasília: Luiz Fernando Maia Bezerra.



Os diretores da empreiteira trataram com a Fiesp, informa a PF, “da distribuição de valores a políticos e partidos políticos”.



Escutou-se também uma conversa do diretor Pietro Bianchi com Fernando Botelho, vice-presidente da amargo Corrêa.



Deu-se às 12h48m19s do dia 15 de setembro de 2008. Fernando diz a Pietro que recebera um telefonema de Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Reclamava da demora na liberação dos repasses prometidos.



No telefonema ao diretor Pietro, o vice Fernando Botelho cobrou explicações. Parecia “contrariado”, segundo o relato da PF.



Lero vai, lero vem, fez-se menção a uma “divisão de valores”. Citaram-se o PSDB e o PS, a legenda sem registro no TSE.



No mesmo dia 15 de setembro, às 12h54m17s, Pietro tocou o telefone para o colega de diretoria Dárcio Brunato. Pediu-lhe informações acerca das doações.



Dárcio diz a Pietro que a “divisão dos valores” já havia sido feita. Mencionam duas cifras e um par de nomes: "R$ 300 mil para Agripino e partido" e "R$ 200 mil para o Flexa Ribeiro". Citam cinco partidos: PPS, PSB, PDT, DEM e PP.



Na manhã do dia seguinte, 16 de setembro de 2008, às 9h35m33s, o diretor Dárcio conversou pelo telefone com João Auler.



Auler é identificado no relatório da PF como vice-presidente de negócios da Camargo Corrêa. Seria o contato da empreiteira em Brasília.



Informou ao colega que estava “tudo certo” em relação à divisão e ao repasse das verbas aos partidos políticos.



Noutro diálogo captado pelos grampos e anexado à folha 1.244 do processo que corre na vara judicial comandada pelo juiz Fausto de Sanctis faz-se referência ao PMDB.



A conversa gira em torno da “destinação” de “R$ 300 mil” ao PMDB do Pará, presidido pelo deputado federal Jader Barbalho.



No despacho que redigiu na última segunda-feira (23), o juiz de Sanctis escreveu, em linguagem cuidadosa, o seguinte:



“Os diálogos monitorados revelam, em princípio, tratativas e possíveis entregas de numerários supostamente a políticos e a partidos políticos...”



Repasses “oriundos, em tese, da empresa Camargo Corrêa, com a suposta intermediação da Fiesp, direta ou indiretamente”.



Em nota, a Fiesp diz que não teme "qualquer tipo de investigação". O PPS negou que tenha recebido recursos ilegais. O PSDB informou que só recebeu da empreiteira verbas legais.



Presidente do diretório do DEM no Rio Grande do Norte, o senador José Agripino Maia confirmou o repasse à legenda de R$ 300 mil. Dentro da lei, disse. Exibiu cópia do recibo.



O deputado Jader Barbalho, presidente do diretório paraense do PMDB, também confirmou o recebimento de R$ 300 mil. Coisa legal, afirmou. Não veio à luz, por ora, o comprovante.



As outras legendas não haviam se manifestado até a noite passada.

Escrito por Josias de Souza às 03h20

postado por Blog do Paim às 06:50 | 0 Comentários
Quarta-feira, 25 de Março de 2009
Investigações apontam que Camargo Corrêa fez doações ilegais a sete partidos

da Folha Online

As investigações da Operação Castelo de Areia, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, menciona sete partidos políticos que podem ter recebido doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa nas eleições de 2008.

A polícia gravou legalmente a conversa do diretor da Camargo Corrêa, Pietro Francisco Brunato Giavina Bianchi, com assessores e funcionários de alto escalão da empresa. Nos diálogos, eles tratam da distribuição de dinheiro a diversos partidos políticos nas eleições do ano passado.

São mencionados o PSDB, PS, PPS, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará, que, de acordo com a investigação, teria recebido R$ 300 mil. Os valores supostamente recebidos pelos demais partidos não foram mencionados.

De acordo com o texto, a entrega desse dinheiro foi intermediada "direta ou indiretamente" pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Os diálogos monitorados revelam em princípio tratativas e possíveis entregas de numerários supostamente a políticos e a partidos políticos oriundos, em tese, da empresa Camargo Corrêa, com a suposta intermediação da Fiesp", diz o texto.

Além das doações a partidos políticos, a operação investiga a remessa de dinheiro ilegal do Brasil para o exterior feita por meio de diretores da empreiteira e doleiros que atuam no Brasil e no exterior. Eles teriam criado um sofisticado sistema, que inclui operações de câmbio e transferências bancárias responsáveis pela evasão de, pelo menos, R$ 20 milhões.

Outro lado

O DEM e o PPS negaram nesta quarta-feira envolvimento no suposto esquema que repassou contribuições irregulares da construtora Camargo Corrêa para partidos políticos.

"A Direção Nacional do PPS esclarece que não recebeu nenhuma doação da construtora Camargo Corrêa e repudia o uso político da Polícia Federal pelo governo Lula para tentar atingir os partidos de oposição", afirma o PPS em nota oficial.

Já o DEM se manifestou por meio do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), que também justificou a doação de R$ 300 mil recebida pelo partido da construtora Camargo Corrêa no ano passado nas eleições municipais.

Ele apresentou recibo que comprova a doação ao partido --encaminhada para o diretório regional do DEM no Rio Grande do Norte, sem qualquer ligação pessoal com o seu nome.

"Eu sou presidente do diretório regional, a doação foi para o partido. O dinheiro foi depositado na conta do partido em Natal. É evidente que esses recursos foram declarados ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral]. Se tem alguém manchado, não sou eu", disse.

O PSDB também se justificou por meio de nota oficial. "Em diversas campanhas eleitorais, o PSDB recebeu doações da empresa Camargo Corrêa. Todas dentro do que determina a lei e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, conforme prestações de contas que estão disponíveis inclusive na internet", diz o texto. "O PSDB desconhece que qualquer empresa ou doador tenha atuado fora dos limites legais e condena tal procedimento."

A Folha Online está em contato com os outros partidos políticos, mas até agora não recebeu resposta.

Camargo Corrêa

Também por meio de nota, a Camargo Corrêa se disse perplexa com a operação e que confia nos funcionários detidos, embora ainda não tenha acesso às informações da PF.

"A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação", afirmou a empresa.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Lago continuará no cargo até julgamento de recurso no TSE (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - Cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador do Maranhão, Jackson Lago, vai tentar prorrogar seu mandato com recursos judiciais. Ontem de madrugada, o tribunal decidiu que Lago deve deixar o cargo porque ficou provado que houve em seu favor abuso de poder político e econômico na eleição de 2006 e determinou a posse da senadora Roseana Sarney.

Jackson Lago pode ficar no cargo até que o TSE julgue um eventual recurso questionando a cassação. E os advogados de Jackson Lago já começaram a trabalhar nesse recurso, que deverá ser protocolado no próprio TSE após a publicação da decisão que cassou o mandato do governador.

"Há temas constitucionais relevantes que não enfrentados Há pontos que deveriam ser enfrentados e que não foram. Há obscuridade", avaliou o advogado José Eduardo Alckmin, que integra o time de defensores de Jackson Lago.

"Essa decisão é um terreno fecundo para embargos de declaração (o tipo de recurso que deve ser protocolado no TSE)", disse o também advogado de Lago o ex-ministro do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek. "Chegamos a uma situação surreal. O que vale o nosso voto? Temos convicção de que essa decisão será modificada", afirmou Rezek.

Se não tiverem sucesso, os advogados pretendem bater às portas do Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que a decisão que cassou o governador desrespeitou a Constituição.

Do outro lado, a senadora Roseana Sarney, mesmo antes de assumir o governo, já enfrenta uma ação questionando o seu comportamento na eleição de 2006. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, afirmou que agora cabe acelerar o julgamento dessa ação envolvendo Roseana.

De acordo com informações fornecidas pelo tribunal, o terceiro colocado na eleição de 2006 e parente de Jackson Lago, Aderson Lago, contesta a conduta da senadora na eleição, alegando que teriam ocorrido abusos.

No julgamento de Jackson Lago, o TSE impôs uma jurisprudência rígida em relação à participação de pré-candidatos em comícios durante o ano eleitoral. Lago esteve em eventos desse tipo nos quais foram fechados convênios entre o então governador Reinaldo Tavares e municípios do interior do Estado.

"Eu nunca vi isso na minha vida, uma celebração de convênio em palanque. Se isso não significa uma violação frontal ao princípio da impessoalidade, eu não sei mais o que é impessoalidade", criticou durante o julgamento o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto.

Segundo ele, o então governador do Maranhão tinha legitimidade para montar um aparato para tentar vencer a candidatura de Roseana Sarney. "Essa agregação de forças seria legítima se fosse feita a partir das ideias, histórico de vida, história de luta, da sua particularizada visão de concepção de governo", disse. "Mas nunca a partir do uso da máquina administrativa em benefício de uma candidatura", concluiu Ayres Britto.